Clécio de Novaes Barros construía castelos de brinquedo quando era criança em São José do Belmonte (PE). Depois de adulto, o empresário bem-sucedido, com negócios na cidade, decidiu ir mais longe e construir o seu próprio castelo em tamanho real. Iniciada em 2007, a obra foi inaugurada, ainda não totalmente finalizada, em 2013.
Construído totalmente com recursos próprios do empresário, o Castelo Armorial Reino Encantado é hoje parte da paisagem da cidade, assim como da sua cultura e da sua história, participando de forma ativa dos seus principais eventos culturais, com destaque para a Cavalgada à Pedra do Reino, que acontece no último final de semana de maio.
Concebido a partir das sugestões e da influência de Ariano Suassuna, o castelo impressiona pela grandiosidade e pela riqueza de detalhes e ornamentações; referências diretas ao movimento armorial no qual foi inspirado. Ele serve como uma espécie de museu não-oficial da cidade, abrigando exposições permanentes e temporárias, e o acesso é gratuito para o público visitante.
Com cerca de 1.500m² de área construída, distribuídos em três andares, o Castelo Armorial Reino Encantado possui salões, auditórios, salas de exposição e salas de aula. Ele possui quatro torres, sendo que as duas da frente representam o Rei Quaderna, da obra de Suassuna (“Pedra do Reino”) e as duas de trás (uma em azul e outra em vermelho) representam, respectivamente, cristãos e mouros nas suas cruzadas medievais. O Castelo é surpreendente e diferente de tudo que existe no sertão. Situado na entrada da cidade, ele avisa logo o visitante que naquele município acontece algo que é único e diferenciado.
No seu acervo permanente podem ser encontrados inúmeros itens sobre a cidade, a região e o movimento armorial, incluindo livros, fotografias, documentos, esculturas, quadros e objetos diversos. Além disso, o Castelo é decorado, tanto interna quanto externamente, com dezenas de obras em cerâmica de artistas de Tracunhaém (PE), que dão um toque especial ao lugar. No último andar, um grande corredor desfila reproduções de ambientes típicos do sertão (como barbearia, casa de farinha, mercado, sapataria, moradias etc) com bonecos de cera em tamanho natural.
É impossível descrever o Castelo Armorial numa única palavra: trata-se de uma mistura de mausoléu, museu, castelo de fadas, centro de exposições, construção medieval, inacabado e absolutamente incrível. A única certeza é que o sonho do Clécio se tornou realidade e a cidade ganhou um monumento de grande valor histórico e cultural que, apesar de relativamente recente, já é parte indissociável da mesma, contribuindo para a sua projeção tanto no Brasil quanto no exterior.
Na época da Cavalgada à Pedra do Reino, o Castelo é usado na preparação das damas e floristas que em seguida se juntam à comitiva da Cavalhada Zeca Miron (vindos da igreja Matriz), seguindo todos juntos para o estádio municipal O Carvalhão.
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