As inúmeras atrações oferecidas pelo município baiano de Morro do Chapéu não se resumem à ecoturismo. A incidência de marcos históricos na cidade não passa desapercebida.
O centenário jornal Correio do Sertão resiste ao tempo e às novas tecnologias. Ainda em funcionamento, o lugar abriga registros de momentos importantes da história da região.
Após vender alguns de seus bens e adquirir empréstimos, tudo resultado de um devaneio do senhor Honório de Souza Pereira, foi fundado em 15 de julho de 1917, data da primeira edição do periódico. O entusiasmo do senhor Honório pela imprensa da época foi compartilhado pelo então intendente do município, Francisco Dias Coelho. Esse último, uma liderança emblemática e rodeada de façanhas, que ficou conhecida como o “Coronel Negro do Sertão”.
O maquinário para a montagem da tipografia foi comprado na Alemanha. O equipamento desembarcou no porto de Salvador (BA) e foi conduzido pela ferrovia até Queimadas (BA). A última parte do trajeto até Morro do Chapéu (BA) foi realizada com o auxílio de animais. Ele está exposto aos visitantes e continua funcionando para demonstração.
O Sr. Honório de Souza Pereira faleceu em 1946. Até 1989 o jornal foi administrado por Adalberto Pereira, filho do fundador, que o repassou para Paulo Gabriel (neto de Honório). A partir de 2010 o bisneto do fundador, Edson Vasconcelos, ficou responsável por cuidar do legado da família, que recebeu o título de “segundo jornal mais antigo da Bahia”, ainda em funcionamento.
O Correio do Sertão teve o acervo digitalizado pela Fundação Pedro Calmon, mas até a data desta publicação estava indisponível no site. Na sede do Jornal é possível consultar as impressões, outros documentos e utensílios do Sr. Honório. Atualmente, o informativo é distribuído para os assinantes de forma esporádica e almeja lançar um site.
Além de conhecer histórias fascinantes, carregadas de curiosidades, essa atração urbana vai despertar seu conhecimento para explorar a região com um novo olhar.
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