Quem está em Petrolina (PE) ou região, gosta de aventura, ama a natureza e pratica camping selvagem não deve deixar de visitar a Serra da Fumaça. Localizada no município baiano de Pindobaçu, ela oferece trilhas, paisagens, cachoeiras, quedas d’água e mirantes de tirar o fôlego.
Para conhecer a Serra da Fumaça e as suas atrações, três dias e duas noites são suficientes: um dia para a viagem até Lutanda e a subida da Serra, outro para visitar os pontos de interesse e o terceiro para fazer o caminho de volta.
O acesso à Serra da Fumaça é feito pelo povoado de Lutanda. Para ir até lá, deve-se dirigir por cerca de 130 km pela BR-407, no sentido Salvador (BA), até um pouco depois de Senhor do Bonfim (BA). Depois, deve-se prosseguir por aproximadamente outros 30 km, pela BA-131, até o local onde existe uma placa indicando o povoado de Lutanda no lado direito da pista (este acesso fica cerca de 10 km antes do centro de Pindobaçu). Para chegar ao povoado deve-se seguir por este acesso (um misto de terra e asfalto) por 1,5 km. O povoado não oferece estrutura de hospedagem, mercados ou restaurantes.
Os carros devem ser deixados no povoado, uma vez que é lá que tem início a trilha que conduz ao topo da Serra da Fumaça, onde estão as atrações. Esta trilha começa do lado esquerdo da pequena igreja localizada no final do povoado, e tem cerca de 5.250 metros até a parte de cima da Serra. O caminho todo é muito bonito, com paisagens, grandes árvores, desfiladeiros e campos abertos de grande beleza. A metade inicial deste percurso é feita no plano, com poucos aclives ou declives. Na segunda metade tem início a subida da Serra (com um desnível de 380m), e por isso mesmo é bem mais difícil de vencer – não apenas por causa da inclinação, mas também porque a trilha é coberta com pedras soltas, o que torna a caminhada mais lenta e perigosa.
Entre o início da trilha e o início da subida há uma travessia do Rio Fumaça, onde se pode abastecer os cantis com água potável. O trecho da subida é suave na sua metade inicial, mas é bem mais difícil na sua parte final. Separando uma da outra há um pequeno riacho onde se pode não apenas fazer um novo abastecimento dos cantis, como também tomar um banho de água gelada para repor as energias e assim se preparar para o trecho mais pesado da caminhada.
Uma vez lá em cima, existem várias possibilidades de local para se montar as barracas, mas a mais próxima é a que fica no meio de umas árvores logo depois do fim da subida, numa área plana. Não há nenhum tipo de infraestrutura no topo da Serra: nada de bares, restaurantes, pousadas, mercados, nada, nem mesmo sítios ou residências. Por isso, é necessário levar tudo, exceto água (que pode ser colhida num riacho das proximidades, em dois locais diferentes; neste riacho também se pode tomar banho).
Lá em cima, as atrações são as paisagens, duas cachoeiras (Fumaça e Sete Quedas) e três quedas d’água com mirantes que proporcionam vistas impressionantes. Exceto por um destes três mirantes, todas as atrações situam-se no leito do rio Fumaça e estão relativamente próximas umas das outras. Mesmo assim, são caminhadas que exibem um certo grau de dificuldade.
A viagem deve ser muito bem planejada: desde barraca, sacos de dormir, fogareiros e alimentação, até itens de primeiros socorros, pilhas e baterias em quantidade suficiente para manter em funcionamento máquinas fotográficas, telefones celulares (o sinal da maioria das operadoras está presente no lugar), lanternas etc. Por questões de segurança, não se recomenda fazer a trilha sozinho. Alguns grupos, por outro lado, preferem fazer a viagem de noite e de madrugada, quando o calor não interfere tanto com a disposição. Outra possibilidade ainda é contratar um animal (burro, jegue ou jumento) no povoado para levar alguns itens mais pesados até o topo, tais como barracas e mochilas, diminuindo assim o peso e o volume do que precisa ser carregado pelos aventureiros. Este é, sem dúvida, um roteiro difícil e que exige um bom preparo físico e muito planejamento, mas as recompensas são inúmeras.