A história do Museu Regional do São Francisco remonta ao início do século XX. A casa, com arquitetura neoclássica, é conhecida como “palácio” ou “palacete” entre os habitantes da cidade de Juazeiro (BA) por causa da sua imponência e da sua distinção entre as demais edificações da região.
O acervo do Museu, com cerca de cinco mil peças, conta a história da região do São Francisco através de fotografias, quadros, mobílias, itens da navegação, ferramentas de trabalho variadas, documentos antigos, louças e, é claro, uma grande e interessante coleção de carrancas.
A casa que abriga o Museu começou a ser construída em 1920 e ficou pronta em 1925. Os principais materiais usados na obra foram cal, barro do próprio rio e óleo de baleia. Uma vez pronta, ela foi logo ocupada e rapidamente se tornou referência na cidade, ganhando grande destaque na região. O proprietário era Miguel Lopes de Siqueira, fazendeiro vindo de Ouricuri (PE) e que iria se tornar intendente da cidade em 1928. Entre outras curiosidades, o porão da casa servia como moradia para ex-escravos que trabalhavam para Miguel Lopes.
Nos anos seguintes, a casa abrigou uma clínica de saúde e uma repartição federal. Em 1952, Getúlio Vargas se hospedou nela, durante uma viagem de inspeção às obras da ponte Presidente Dutra. Quase demolida em 1977 para dar lugar a uma agência bancária, ela foi salva por um movimento de moradores que conseguiu a sua preservação e a criação do Museu em 1978. Situação similar aconteceu em 1999, quando a casa quase foi a leilão, porém mais uma vez a comunidade conseguiu intervir e evitar que isto acontecesse. Fechado em 2001, o Museu foi reaberto apenas em 2008 com funcionários da prefeitura.
A visita ao Museu e o contato com o seu acervo constitui uma experiência única, que nos remete em uma viagem no tempo através da história de Juazeiro (BA), do Rio São Francisco e dos seus habitantes. Apesar da sua importância histórica, da relevância do seu acervo e do seu caráter único na preservação da memória do povo juazeirense e ribeirinho em toda a região, o Museu está aberto para visitação, atualmente (em outubro de 2017), apenas no período matutino, das 8:00h às 13:00h. Segundo o próprio museu, no entanto, visitação poderá ser feita em período integral (manhã e tarde) em breve.