Fundado em 1975, o Museu do Cangaço reúne cerca de 500 peças que formam um precioso acervo histórico e cultural, distribuídas em quatro grupos temáticos: cangaço, engenho, cidade de Triunfo e arte sacra.
Destas, o que mais chama a atenção é o conjunto de objetos que retratam a vida dos cangaceiros que frequentaram a região, em especial Lampião e Maria Bonita.
Formado por doações e aquisições feitas em cidades de Pernambuco e de outros estados por onde passavam os cangaceiros, o acervo do museu, que é considerado o mais antigo do Nordeste, é também o maior em artefatos específicos do cangaço no país e por isso mesmo uma referência importante para a pesquisa e os estudos relacionados ao assunto.
O acervo relacionado ao cangaço é realmente impressionante e oferece um verdadeiro banho de história para os aficionados pelo assunto. As paredes do salão principal são forradas por dezenas de fotografias de cangaceiros e personagens relacionados, incluindo imagens fortes de mulheres que recebiam marcas de ferro no rosto para identificar os seus proprietários na época.
Entre os objetos, destaque para os utensílios usados pelos cangaceiros, inclusive diversos itens que foram confeccionados e/ou eram de propriedade e uso do próprio Lampião. São armas, punhais, roupas, instrumentos musicais e uma série de peças genuínas recuperadas daquela época e autenticadas por historiadores e outras autoridades. É possível, também, conferir a certidão de nascimento e a certidão de batismo originais de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Nos demais salões, o visitante encontra uma profusão de itens variados, como malas, baús, pilões, jarras, uma prensa de farinha, moedas, quadros, louças, rádios antigos, crucifixos, oratórios, cálices, santos etc. São objetos que estão associados à vida cotidiana, à vida religiosa e à vida no engenho, experimentadas em Triunfo e região em tempos passados.
A casa que abriga o museu fica num lugar privilegiado, atrás da igreja matriz de Nossa Senhora das Dores e bem de frente para uma bucólica praça ladeada por casarões antigos muito bem preservados e coloridos. Construída em 1893, ela já teve vários outros usos antes de abrigar o museu. Antes ou depois da visita ao museu (que cobra uma taxa simbólica pelo ingresso), vale a pena conhecer não apenas a igreja matriz como também o SESC (onde há sempre uma exposição interessante para ser vista), que fica na rua ao lado, e uma pequena igrejinha, ao lado do SESC, que foi a primeira da cidade.