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Estrada de Ferro do São Francisco

Atualmente, os veículos motorizados e as estradas de asfalto estão por toda parte. Mas houve uma época em que o transportes de pessoas e produtos era feito por meio de trens, em estradas de ferro. E no Vale do São Francisco não foi diferente.

A Estrada de Ferro do São Francisco interligava a cidade de Senhor do Bonfim (BA) a Juazeiro (BA) e funcionou como principal meio de locomoção na região entre os anos de 1896 e 1950.

Desativada portanto há mais de setenta anos, o que resta dessa estrada de ferro hoje em dia são apenas ruínas das antigas estações, vagões abandonados e longos trechos onde os trilhos seguem assentados, porém cada vez mais cobertos pela vegetação da caatinga.

As ruínas das antigas estações continuam de pé e podem ser visitadas nos municípios baianos de Senhor do Bonfim, Jaguarari, Juazeiro (a estação final, que ficava nas margens do rio São Francisco, foi demolida para permitir a construção da ponte Presidente Dutra), e nos distritos de Carrapichel, Massaroca, Juremal e Carnaíba do Sertão. Algumas estão em bom estado de conservação e outras estão completamente abandonadas.

Interligando todas elas, os trilhos seguem do lado direito da rodovia BR-407, que liga Juazeiro à Senhor do Bonfim, no sentido de quem vai do primeiro para o segundo, e podem ser avistados durante praticamente toda a viagem. Entre os distritos de Carnaíba do Sertão e Juremal existe uma ponte ferro e dois pontilhões. Entre os distritos de Juremal e Massaroca tem um acesso de terra à direita, a partir do qual é possível chegar no local onde está estacionado um comboio de vagões abandonados, visíveis a partir da BR, alguns dos quais foram fabricados na antiga Iugoslávia. Para orientações sobre como chegar nestes dois locais, refira-se às postagens correspondentes. Ao chegar em Flamengo, distrito de Jaguarari, os trilhos atravessam a pista de asfalto e seguem do lado esquerdo da pista, onde já não podem ser avistados com tanta facilidade.

Conhecida pelos habitantes da região como “Leste Brasileira”, este trecho da ferrovia teve a sua história contada, por meio de personagens vivos e seus descendentes, além de muitas fotografias e pesquisa, no incrível livro de autoria de Ilana Copque, que teve orientação da professora Macelle Khouri e foi produzido em 2012 como Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Quem se interessa por ferrovias e história certamente vai querer tirar um dia para ir até Senhor do Bonfim (ou antes) e conhecer um pouco do que ainda resta desta outrora tão importante ferrovia para a região.
Mapa: Clique aqui para ver

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