Adilsão é uma personalidade conhecida entre os vaqueiros, especialmente na Bahia (em Juazeiro, Sobradinho e Curaçá). Ele está sempre presente nas festas dos vaqueiros com a sua barraca onde comercializa os itens que fazem parte da indumentária (chapéu de couro, gibão, perneiras etc), além de outros que são usados pela montaria (selas, arreios etc) e outros tantos que são indissociáveis deste universo tão típico nordestino.
Além de participar, Adilsão também apoia as festas, sorteia itens entre os presentes e se dedica com grande afinco à elaboração da programação anual de eventos dos vaqueiros. A vida dele é dedicada à causa do vaqueiro sertanejo.
O Encontro Chapéu de Couro, que teve a sua nona edição no dia 29 de setembro de 2019, é um evento organizado pelo próprio Adilsão. Realizado por iniciativa dele, juntamente com Sérgio do Forró e Tinho do Acordeon, o evento é descrito por ele mesmo como um projeto de vaqueiros e artistas que se unem para valorizar a cultura do vaqueiro na região.
O evento acontece no rancho do Adilsão, situado nas margens da estrada da Adutora, na zona rural de Juazeiro (BA), depois da Lajinha e antes do Alto das Queimadas. Ali, o dia começa por volta das 10:30h com uma celebração de agradecimento em torno de uma mesa de café da manhã. Em seguida, as pessoas chegam de toda parte para participar da extensa programação, que inclui aboios ao vivo, discursos diversos, grupos de forró em apresentações ao vivo no palco montado especialmente para a ocasião e, é claro, o inevitável arrasta-pé.
O almoço é gratuito para os presentes e o público chega em grande quantidade, vindo de todas as comunidades da redondeza. A barraca do Adilsão também está montada, para quem descobrir na última hora que faltou um chapéu de couro ou algum outro item importante. O bar vende cervejas geladas e guloseimas. O entretenimento é garantido por uma barraca de tiro ao alvo e outras do gênero. Um grande estacionamento serve de abrigo para quem vem de longe e precisa deixar o veículo em local seguro, fora da estrada.
Entre o público presente nota-se uma grande quantidade de vaqueiros, porém desta vez sem os seus cavalos e roupas típicas. Não há missa nem desfile. A ordem ali é apenas confraternizar, encontrar os velhos amigos, apreciar uma boa música, beber em conjunto, louvar a vida e a amizade. Ainda assim, são figuras tarimbadas e conhecidas das festas locais, as quais emprestam o seu brilho para este evento de grande relevância para a cultura regional. A maioria traz os familiares, e também podem ser vistos alguns grupos de turistas que vem da região e famílias que querem aproveitar o clima festivo do domingo.
A animação fica grande a partir do meio-dia, quando chega uma grande parte do público e as primeiras bandas começam a se apresentar. No entanto, a festa segue pela tarde e noite adentro, e, segundo dizem, se estende até altas horas da madrugada. Realizada entre os meses de setembro e outubro, todos os anos, o Encontro Chapéu de Couro é uma excelente oportunidade para escutar e dançar um bom forró no meio da caatinga habitada por lindas e floridas caraibeiras amarelas.
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