Em março de 1897 foi travada a terceira batalha das quatro que seriam necessárias para derrotar Antônio Conselheiro e os seus seguidores em Canudos (BA). As tropas federais foram comandadas pelo coronel Moreira César, que liderava um efetivo de cerca de 1.300 homens.
Como resultado, o coronel foi morto em combate e as tropas tiveram que bater em retirada pelo meio da caatinga, com destino a Queimadas, carregando consigo o corpo do chefe abatido. O comando da tropa, então, passaria ao coronel Tamarindo.
Consta que, num certo momento da fuga, com as tropas exaustas e com dificuldades para fugir dos conselheiristas, o coronel Tamarindo teria ordenado que passava a vigorar a “Lei de Murici – a partir de agora, cada um por si”. Foi a senha para que o corpo do coronel Moreira César fosse largado no chão e deixado para trás, enquanto os soldados aceleravam o passo na fuga dos rebeldes.
O coronel Tamarindo acabou sendo morto no mesmo dia que o coronel Moreira César. O corpo deste último, no entanto, permaneceu durante um longo período no exato local onde foi abandonado pelos soldados. Lá, neste mesmo local, foi depois erguida uma cruz em homenagem ao falecido militar. Não se sabe exatamente o destino que o corpo teria tido depois: se foi arrastado pelas águas do rio Umburana nas proximidades, se foi levado ou devorado por algum animal ou se foi subtraído por curiosos. O fato é que o corpo nunca mais foi encontrado.
A cruz e o local onde foi deixado o corpo do coronel Moreira César podem ser visitados até hoje e são uma atração turística em Canudos (BA). Para chegar lá, deve-se seguir pela BR-235 no sentido Canudos (BA) a Uauá (BA). Um pouco depois de passar pela entrada do Parque Estadual de Canudos, do lado direito da pista, existe um acesso em terra do lado esquerdo que leva ao alto de um pequeno morro. Do centro de Canudos até o acesso de terra são pouco mais de 13km de asfalto pela BR-235. Uma vez no alto deste morro, o carro pode ser deixado do lado das casas que ali existem. Os próprios moradores podem indicar o caminho até a cruz que, com um pouco de atenção, já pode ser avistada do alto do morro.
A trilha até a cruz é curta. São cerca de 200m de percurso total, primeiro em descida até o leito do rio Umburana e depois, do outro lado do mesmo, em subida até o local da cruz que pode ser facilmente avistada desde o rio. Se houver água no rio, deve-se procurar um local onde a passagem para o outro lado seja mais fácil. Caso contrário, o leito poderá ser cruzado no ponto da chegada.
A cruz em homenagem ao coronel Moreira César está erguida no meio da caatinga, ao lado de pés de juazeiro e cercada de vegetação típica. Uma placa de metal, fixada na base da cruz, traz um resumo da história do coronel e foi feita por pesquisadores do caso que, depois, seria considerado um dos momentos mais “críticos” de toda a história do exército nacional.