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Concurso de quadrilhas juninas

Os concursos de quadrilhas são momentos tradicionais dos festejos juninos em Petrolina (PE). Os principais são os promovidos pela prefeitura municipal e pela TV Grande Rio, geralmente em locais como o SESC, SESI e o SEST/SENAT.

Eles reúnem cerca de oito agremiações diferentes, cada uma oriunda de um bairro da cidade, e são formadas por moradores que trabalham e ensaiam com empenho e devoção por meses a fio em preparação para este grande dia. Cada agremiação desenvolve o seu tema num misto de representação teatral, coreografias e cenografias produzidas especialmente para a ocasião.

Algumas com figurinos mais simples, outras com vestimentas luxuosas. No entanto, todas as equipes se apresentam com a mesma garra e disposição para levantar e encantar o público. As apresentações são impecáveis, com muita energia, criatividade e entusiasmo, mostrando grande vibração e lindos figurinos. O público comparece em peso aos concursos e torce de forma animada e barulhenta pela suas agremiações preferidas. Um júri especializado avalia as apresentações, que depois recebem prêmios em dinheiro e troféus. Depois da última apresentação a ansiedade contagia o ambiente enquanto os resultados são apurados. E a explosão de alegria que segue com o anúncio dos vencedores é sempre emocionante.

É tanta energia, tanta alegria, tanto entusiasmo, tantas cores, tanto movimento, tanta beleza, tanta emoção, tanta música boa, enfim, tanto tudo de bom, que é difícil sair de lá sem se arrepiar. Você até se esquece da vida, de onde você vinha antes e para onde vai depois, dos problemas que te preocupavam quando você saiu de casa e do que você tinha para fazer quando para lá retornasse. Quantos espetáculos possuem esse poder de invasão, de contágio e de transformação? Você deve imediatamente incluir na sua “must-do list” uma parada obrigatória num concurso de quadrilhas do sertão nordestino, e de Petrolina (PE) em particular.

A tentação de sair dançando com os grupos é quase incontrolável, tamanho o magnetismo que eles exercem sobre quem está por perto. De onde vem tudo aquilo? De onde surge toda essa força? São perguntas óbvias, mas inevitáveis. Não importa, está tudo lá para quem quiser ver e usufruir, sem precisar tirar um centavo do bolso.

E não pense que eles fazem isso pelo prêmio. Dinheiro e troféus à parte, é evidente que a força motriz é outra, é aquela força interna que todos nós temos, mas que só é usada, com toda a sua plenitude, quando a causa é nobre e nos instiga a dar o melhor de nós mesmos apenas pelo prazer de mostrar o que temos de melhor. Quando isso acontece, ela vem tão plena, tão transcendente e tão senhora de si, que talvez seja daí que emana o seu poder vital. Se tornar universal pela paixão e pela dedicação ao regional. É assim que se constroem e projetam os grandes nomes e eventos da cultura.

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