Depois (ou antes) de conhecer o Complexo de Usinas Hidrelétricas, vale muito a pena visitar o local conhecido como Belvedere.
Situado fora do Complexo, ainda que nas suas proximidades, o Belvedere é formado por uma praça que guarda homenagens à primeira diretoria da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), responsável pelas usinas construídas ao longo do rio São Francisco, e fica em frente à represa que abastece as turbinas das Usinas Hidrelétricas de Paulo Afonso I, II e III.
Ali, é possível conhecer um pouco da história desta diretoria e, também, caminhar nas margens da represa usufruindo da linda vista proporcionada pelo lugar. Um local perfeito para relaxar, caminhar, respirar ar puro e se deleitar com a bela visão das águas da represa.
O monumento situado na praça tem o nome oficial de Monumento do Primeiro Decênio da CHESF. Ele é uma homenagem dos trabalhadores da Companhia à sua primeira diretoria, e é composto de um busto do engenheiro civil e de minas Antônio José Alves de Souza (1896-1961), que foi o primeiro presidente da empresa (entre 1948 e 1961, quando faleceu) e quatro medalhões fixados numa parede, cada um dedicado a um dos diretores da empresa de então. Na parede, uma frase chama a atenção dos visitantes: “A fé, a tenacidade, o sacrifício e a união tornaram realidade o anseio de várias gerações”. Ela resume a homenagem dos que colaboraram na obra de Paulo Afonso, e é dedicada ao presidente e aos diretores da CHESF da época.
A frase que mais chama a atenção, no entanto, é “O coração que o matou é a sua permanência na paisagem a que deu vida”, gravada numa placa fixada embaixo do busto de Antônio José Alves de Souza.
Tendo dedicado praticamente a sua vida inteira ao projeto de Paulo Afonso, a família do engenheiro carioca decidiu levar o corpo para ser enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, após o seu falecimento, em 18 de dezembro de 1961, aos 65 anos, de parada cardíaca. Tal decisão, no entanto, se mostraria incompatível com o amor e a dedicação incondicional demonstradas ao longo da vida pelo engenheiro para Paulo Afonso e para a obra por ele ali realizada. Assim, a solução encontrada foi deixar o coração do engenheiro no Belvedere e levar o restante do corpo para ser enterrado no Rio de Janeiro. Assim, no Belvedere de Paulo Afonso se encontra o coração do engenheiro, debaixo da placa com a frase que chama a atenção e em frente ao busto que eterniza a sua presença na cidade eleita por ele para o projeto da sua vida. Uma decisão no mínimo inusitada, mas que contempla de forma justa a necessidade de homenagear as duas cidades da vida de Antônio José Alves de Souza: Rio de Janeiro e Paulo Afonso.
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