A Guerra de Espadas é um evento tradicional das festas juninas de Senhor do Bonfim (BA). Ela consiste em embates noturnos realizados entre grupos espalhados por alguns bairros da cidade, e que usam como “armas” as chamadas “espadas” – espécie de fogos de artifício que produzem grande efeito visual, mas também podem ser nocivos à saúde.
Os membros dos grupos antagônicos se protegem de todas as formas: eles usam capacetes de motociclismo, roupas especiais antichamas, luvas, óculos e calçados especiais.
Nos locais dos combates a quantidade de fumaça tóxica, emanada pelas espadas, é grande e por isso eles também usam máscaras protetoras. O comércio se prepara colocando tapumes para proteger as suas vitrines, as suas mercadorias e os seus próprios imóveis, pois já ocorreram casos de espadas que liquidaram com lojas inteiras.
Apesar dos riscos envolvidos, especialmente para os “combatentes”, trata-se de um grande espetáculo visual que não deixa ninguém indiferente. Se no local dos embates o cenário é literalmente de guerra, com muita fumaça, espadas incendiadas, fagulhas, material queimado e calor para todo lado, um pouco mais distante o ambiente é bem mais seguro e confortável para quem deseja apenas apreciar o movimento e fotografar.
A tradição, que remonta muitas décadas e talvez até séculos, foi proibida na cidade em 2017 pelo Ministério Público. Ainda assim, os espadeiros, como são chamados os combatentes, se recusam a aceitar a decisão e continuam a se reunir em alguns locais da cidade para manter viva a tradição. Foi assim em 2017, em 2018 e provavelmente ainda será nos anos seguintes.
Realizada sempre na noite do dia 23 de junho, a Guerra de Espadas não é exclusiva de Senhor do Bonfim (BA), podendo ser encontrada em outras cidades baianas, especialmente Cruz das Almas e Barra.
Para quem estiver na cidade neste período, vale a pena se informar em quais locais acontecerá a famosa guerra. Todo cuidado, no entanto, é pouco para poder acompanhar e usufruir do evento sem se queimar ou sofrer outras consequências. É importante manter uma boa distância e ficar atento não apenas ao que chega por cima, como as fagulhas das espadas, mas também ao que pode chegar por baixo, como certas espadas que seguem rente ao chão, desgovernadas, e frequentemente colidem com pés e pernas encontradas pelo caminho.
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