Distante cerca de 170 km da cidade de Petrolina (PE), a Gruta de Patamuté é um local que impressiona pela sua imponência e conservação.
A partir de Curaçá (BA), município onde está localizada a formação rochosa, a estrada de acesso não é asfaltada e as condições costumam variar com a época. Em tempos de romaria o poder público faz alguns reparos para facilitar o acesso dos visitantes.
Em condições favoráveis, é possível fazer o trajeto em 90 minutos, se valendo de automóvel alto. Caso contrário, podem ser necessárias mais de duas horas para fazer o percurso. Ao chegar no local, deve-se deixar o veículo num estacionamento improvisado. Dali são apenas 400m por uma subida suave até a entrada da gruta, que deve ser percorrida a pé.
No período que cerca o dia de Finados, a Gruta de Patamuté recebe uma grande romaria de fiéis vindos de toda a região. A maioria, chega na noite anterior e dorme em redes, barracas, carros, ônibus e caminhões no estacionamento e nas imediações do santuário. Inúmeras barracas oferecem todo tipo de item que possa interessar aos romeiros: desde itens religiosos, presentes e roupas, até comida, bebida e outros artigos. É tradição, no dia 1º de novembro, em plena alvorada, acontecer uma grande romaria, com milhares de fiéis se dirigindo à gruta para as missas que ali acontecem durante a manhã.
Na entrada, a gruta dispõe de uma escadaria que leva os visitantes à um amplo salão. Com 120m de largura, 44m de largura, 22m de altura e repleto de estalactites, é difícil não se surpreender com a grandeza e a beleza do lugar. Mais surpreendente ainda ele se torna com a ambiência criada pelos romeiros. A visualidade da fé, as centenas de velas acesas espalhadas por toda parte, assim como as fotografias e os ex-votos daqueles que pedem ou tiveram graças alcançadas, dão uma outra dimensão ao olhar contemplativo.
Tudo começou em 1903, quando o missionário católico Monsenhor Pedro Cavalcanti Rocha ocupou a gruta e resolveu instalar um cruzeiro no interior. Celebrações conduziam para o local milhares de fiéis. Em 1905, o Padre Manuel Félix de Moura implanta a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, constrói o altar e coloca uma imagem do santo oferecida pelos habitantes de Patamuté. A partir de então, acontece anualmente a romaria que é uma das maiores do sertão nordestino. A Gruta de Patamuté é um local de visitação obrigatória para quem se interessa pelas belezas naturais do sertão e, mais ainda, para quem aprecia as manifestações religiosas do interior do nordeste.
Depois de uma manhã movimentada, compensa esticar até o distrito de Patamuté, distante cerca de 18 km da gruta, para apreciar o casario colorido e degustar da culinária regional.
